2012-10-18

NADA: SOBRE OS NOVOS ESTRANGEIRADOS



NADA: SOBRE OS NOVOS ESTRANGEIRADOS

Nada resta do que fomos. Passos Coelho pode repetir que o governo não está para cair. Já caiu, todos o sabem. A tautologia é evidente: quem, afinal, pode cair sobre o que há muito jaz? Coelho não entende, até porque o seu mentor Relvas poderá saber muito de politiquice mas nada sabe do país, dos anseios das populações e do que realmente importa. Há mesmo duas cartas diretas de um grande estrangeirado (Eugénio Lisboa) ao primeiro-ministro que, não fossemos este país dissoluto, fariam corar de vergonha qualquer mortal.
Passos Coelho é imortal. Depois de matar o povo, foi cantar com a Nini e riu alarvemente sobre o sofrimento das pessoas; deu carta deletéria a Gaspar para a todos dizimar. Imortal, acha-se assim.
Eu amo os meus estrangeirados – o Infante Santo, Vasco da Gama, Luís de Camões, Duarte Pacheco Pereira, os célebres irmãos Gouveia, o Cavaleiro de Oliveira, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Carlos Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena, Júlio Resende, Eugénio Lisboa, António Franco Alexandre, Luís Miguel Nava, Rui Costa e tantos outros.
Há diásporas que denego. Aquelas que são nada. Sem causas e sem lutas, obrigam os poderes à fuga dos mais jovens. Sem nada de substantivo, os poderes escondem-se num país que já venderam ou refugiam-se noutro, sabedores dos maus ofícios prestados. De quem falo? É só olhar em volta. Eles mexem-se: fogem, entram, saem, vão à Roménia, fecham o Palácio de Belém… Matam e evaporam-se como vulgares assassinos. Sendo nada, ao nada voltarão. Urge. 

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