2012-09-12

A PALAVRA QUE NÃO HÁ



A PALAVRA QUE NÃO HÁ

Em exercício inaudito, advogava o ministro Gaspar que deveríamos ser felizes sem causa, amarrando-nos ao cesariano “gosto absurdo de sofrer”. Nada de mais tenebroso e injusto, e certamente que o ainda detentor da pasta das finanças padece de lateralismo ou de torturante maleita.
Como Scythrop de Peacock, o sobraçante da pasta parece ter voltado sem nada na cabeça. Na azáfama de tudo cortar, possa Gaspar cortar a língua de Passos Coelho, verdadeiro case study da pragmática linguística – apreciem-se os bordões por ele utilizados e as vultuosas contradições discursivas em apertado espaço de tempo. O primeiro Passos apresenta tais sinais exteriores de riqueza mentirosa que, por certo, verá tão elevado e continuado pecúlio ser taxado pela sanha “Gasparina”.
No pesadelo, sem palavra, um irreconhecível Portas perde, de uma assentada, todas as bandeiras reconhecíveis. É um estado submarino que é ironia e fatal destino.
Assim imersos, estes fracos atores anunciam com a sua morte uma paixão de reformar o mundo. Está nas nossas mãos fazê-lo bem.

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