2012-02-22

os anos empurrando

com uma rosa no punho e coração de atleta
cruzo todos os mares de todos os mundos
afundo nas águas os vitais murmúrios a sede
de mim ainda não acaba neste pouco sangue
nesta viragem de lume para dentro da pele
na radiosa língua dançando o seu gume aqui
na margem em que respiro este ouro do dia
entrando pelos poros o fulgor do sexo único
a infância lá longe declinando as memórias
demonstradas hoje longínquas as estrelas
no regaço o basalto quente fervente a pique
os dedos fendentes ardentes esforçados
recobrindo a limpidez do sono as nuvens
movendo as águas os anos empurrando-me
a vida o cérebro sobrexcitado disso - isto.

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