2011-03-07

geografia do medo

era um tempo sem tempo fundo
escuro da bruma erguida à porta
três quatro pancadas anunciavam
a devassa perseguição continuada
que entrava nos sonhos nos ossos
arruinando o sangue a vibração
do coração ao invés a pele içada
na plenitude dos ganchos o ardor
do sol roendo os poros o cimento
queimando a terra livros afundados
dentro porque o pavor inquietava.

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