2010-12-24

Natal da Poetria

Sonhar sempre, para além da injustiça, da catástrofe e do desespero, eis a suprema urgência!


Que o sonho e a poesia tragam luz e humanidade a este Natal e que o ano de 2011 inaugure o fim de todos os cansaços e tristezas.

Estes são os nossos votos mais ardentes para todos os que nos têm acompanhado ao longo do caminho árduo que vamos abrindo com estrelas, e a quem dedicamos o poema de Miguel Torga que enviamos em anexo.

POETRIA

Último Natal

Menino Jesus,que nasces


Quando eu morro,

E trazes a paz

Que não levo,

O poema que te devo

Desde que te aninhei

No entendimento,

E nunca te paguei

A contento

Da devoção,

Mal entoado,

Aqui te fica mais uma vez

Aos pés,

Como um tição

Apagado,

Sem calor que os aqueça.

Com ele me desobrigo e desengano:

És divino, e eu sou humano,

Não há poesia em mim que te mereça.

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