2008-12-28

Nuno Rebocho


IRREDENTA ESPERANÇA

escondo-me no saco dos brinquedos:

ainda aí guardo esperanças e segredos

fechados a sete chaves.

deles por enquanto nada direi

- quero-os irredentos

puros (sagrados)

como serão os corpos nos noivados

e são as mulheres que eu amei.

escondo-me mas não deserto. fico

à espreita na tocaia a que me dedico

sempre à espera de novidades.

sei que virá o tempo

de abrir o saco

e sacar lá de dentro outro pacto

com a chuva com o sol e com o vento.

eu sei: virá o tempo. e então direi

quanto esteve sufocado e conservei

com força de medrar e viço

e alma. direi o chão

da aventura

regada pela viva água da ternura

onde por nossas mãos brotará o pão.

eu sei: virá o tempo.

Nuno Rebocho

15 Dezembro 2008

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