2006-03-01

nexos do corpo: Cristina Nery e Judith Teixeira



As três obras apresentadas são ainda de Cristina Nery. Colo-lhes, de seguida, o fabuloso e ecfrástico poema "A Estátua" da sempre fulgurante Judith Teixeira, para que nada vos falte, amados leitores:
A ESTÁTUA
O teu corpo branco e esguio
prendeu todo o meu sentido...
Sonho que pela noite, altas horas,
Aqueces o mármore frio
do alvo peito entumecido...
E quantas vezes pela escuridão,
a arder na febre dum delírio,
os olhos roxos como um lírio,
venho espreitar os gestos que eu sonhei...
...............................................................
-Sinto os rumores duma convulsão,
a confessar tudo que eu cismei!
...............................................................
Ó Vénus sensual!
Pecado mortal
do meu pensamento!
Tens nos teus seios de bicos acerados,
num tormento,
a singular razão dos meus cuidados!
Fevereiro - Noite Luarenta
922
Poucos sonharão hoje o escândalo que este poema causou na nossa década de 20...

5 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

...........e nada me falta.......obrigado Martim. Bom dia. Aí.


(tudo muito intenso?:))

Anónimo disse...

Gosto mais da Judith Teixeira.

porfirio disse...

boa noite martim

há muito para descobrir na selva apetrechada que é a poesia de judith. boas imagens mas judith é um caso de esplendor único...

abraço

Anónimo disse...

Quando volta o sangue à Manson?

Ni disse...

Pleno. É o adjectivo que surgiu de imediato quando, sem pedir licença, entrei neste teu espaço.
...

...

E muito ainda há por ver e dizer.

Até breve.

Ni*