2006-02-04

Se entrarmos em Olivença


O desejo pôde mais do que eu. Depois de ouvir, na "Livraria da Praça", uma interessantíssima conversa com dois elementos do Grupo dos Amigos de Olivença alusivas à orfandade do nosso antigo território e ao incompreensível desinteresse do nosso Estado, saí à rua e peguei na bandeira. Em simultâneo, relembrei o poema de António Manuel Couto Viana ínsito no Cancioneiro de Olivença (2003):
SE ENTRARES EM OLIVENÇA ÀS 3 DA TARDE
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Vais achar, no deserto, uma cidade morta.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
É inútil bateres a qualquer porta.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
O silêncio apavora.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Somente a água sobre os lagos chora.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Transforma-se-te em pedra a solidão.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Entraste num caixão.
(5.10.2001)
Passando o tempo, há-de dia e noite alguém receber-te. Viva Portugal!

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